A ADAGA E O BISTURI

A ADAGA E O BISTURI

A poetisa utiliza a adaga,

Em seu peito abre uma chaga,

Ela se fere em nome do amor,

Deita-se ao chão ao lado da flor.

O louco usa um bisturi descartável,

No pulso faz um dano irreparável,

Ele se fere em nome da solidão,

Sozinho fica caído no sujo chão.

A adaga de ouro foi presente,

Homenagem muito coerente,

Na época da carta de papel,

Que para comunhão se usava véu.

O bisturi foi roubado num ambulatório,

Para o porre às vezes é lugar obrigatório,

Nas paginas do blog escrevia suas dores,

Também falava de sonhos e de amores.

O gótico blogueiro e a romântica poetisa,

Ambos poderiam ser objetos de pesquisa.

O sangue fluiu de seus corpos na depressão,

Morreram talvez com a alma na escuridão.

Dois artistas que talvez dessem o sinal,

Que nas suas almas algo ia muito mal,

Ninguém estendeu para eles a mão.

Isso prova que apenas mudou a estação.

André Zanarella 09-01-2012

André Zanarella
Enviado por André Zanarella em 28/07/2012
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