Nossos momentos...

Nossos momentos

Vão distantes agora.

Incorporados ao passado...

Os minutos, as horas, os dias!

Quando tantas vezes desfrutamos juntos

A beleza e a pureza da vida.

E que ainda permanece, indelével,

Na tela viva da visão e nas brumas

Das recordações!

E nas estranhas da memória.

Nossos momentos

O que fizeste deles?

Será que ainda estão guardados

No teu enorme coração?

Ou estarão entregues

Ao arquivo morto...

Onde reside a saudade...

E aonde o amor não vai...

Nossos momentos

O que fizeste deles?

Como os reclamo e os adoro!

Como os sinto na ausência da ternura

Que nos uniu tão bem e afetivamente,

No júbilo incontido. Nos teus olhos brilhantes

Que ainda vivem na minha saudade

E abarca as lembranças e a minha memória;

Nos meus sentidos, na minha voz, na minha dor!

Nossos momentos

Sublimação sem fim do bom, do belo,

Do esplendor de duas almas em vibração.

Nos acordes sonoros da nossa harpa...

De sonhos, ou na brancura!

Sem fim do esquecimento.

Nossos momentos

Eram como sóis, brilhando ternamente!

Iluminando a nossa vida,

Aqueles momentos tão cheios de amor

E de ternura.

Depois fiquei só...

Com a amargura!

E os nossos momentos?

O que fizeste com eles...

Poema publicado Jornal Estado Ilustrado.

Nilópolis, 25/03/1975.