Rei no Escuro (Rei I)
Uma vela, um prato vazio e uma taça,
Uma solidão preenchida pela chama na ponta;
Diante de sua mesa, sob seu teto de estrelas
Suas paredes desmoronaram e foram com o vento,
Mantêm-se agora, num infinito invisível
Um espelho que imagens não reflete,
Um mago sem magia, para o qual os livros se fecharam,
Assiste enquanto a taça se esvazia,
As memórias que nunca se podem estar perdidas,
Sempre lindas, num coração reaquecido
Um olho alaranjado de luz de prata, espia,
Um poeta solitário calado numa noite fria,
Com sua mente num ponto tão distante, um coração;
A vela por fim perde, perde sua pequena vida,
E Ele se permite silenciar, como um rei no escuro.