Um amanhecer

Que grande mansidão nos ventos

que forte silêncio de tormento

que passageiro e cru momento

que excepção boa nos maus tempos...

Que rapidez voadora e louca

que voz cansada e rouca

que som inaudível e silvante

que bocado de ilusão,neste instante...

Que instante único,sem parceiro

que grito estridente,de vingança

que choro último e primeiro

que pedaço de paz

que sonho de esperança...

Que homem

que criança

que perdão

que tremor brando

que tenro medo

que sol fraco

que bobo enredo

que manhã bonita

que fulgor no coração...!

Jacinto Valente
Enviado por Jacinto Valente em 09/02/2007
Reeditado em 18/02/2021
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