eu sou poeta
Sou poeta
E a vida me atravessa
E por isso sou poeta
Porque não tenho medo
De suas lâminas
Finas, delgadas...frias
não tenho medo desse medo
de como a vida se defende!
Eu danço com a morte
Eu zombo da morte
Eu sou poeta...
Não tenho morte
Eu tenho a vida
Porque a morte também vida...
Eu tenho a vida e a morte...
mesmo assim eu acordo...
e dou conta dos pássaros
do meu pé de goiaba
e desse céu que nos cobre
de espera...
Nesse calabouço infernal
Não há nada mais breve
Que o amor...
Não nada mais breve que uma flor
Cada ponto de esperança explode
E só nos deixa seu aroma...
Eu trago, sonhando que isso
Perdure...tão rápido é o prazer...
Escapa...como escapa!
Sou resistente, porque não concordo
Com isso...
Não concordo com brevidade
Das folhas verde e dos frutos
Que eu gosto...dessa gente
Que está me olhando com
Olhar de socorro....como dói
Saber, como é dolorido ser...
Deus não sabe dançar
Deus é a própria dança
Deus é...seja lá o que
Deus quiser...