eu sou poeta

Sou poeta

E a vida me atravessa

E por isso sou poeta

Porque não tenho medo

De suas lâminas

Finas, delgadas...frias

não tenho medo desse medo

de como a vida se defende!

Eu danço com a morte

Eu zombo da morte

Eu sou poeta...

Não tenho morte

Eu tenho a vida

Porque a morte também vida...

Eu tenho a vida e a morte...

mesmo assim eu acordo...

e dou conta dos pássaros

do meu pé de goiaba

e desse céu que nos cobre

de espera...

Nesse calabouço infernal

Não há nada mais breve

Que o amor...

Não nada mais breve que uma flor

Cada ponto de esperança explode

E só nos deixa seu aroma...

Eu trago, sonhando que isso

Perdure...tão rápido é o prazer...

Escapa...como escapa!

Sou resistente, porque não concordo

Com isso...

Não concordo com brevidade

Das folhas verde e dos frutos

Que eu gosto...dessa gente

Que está me olhando com

Olhar de socorro....como dói

Saber, como é dolorido ser...

Deus não sabe dançar

Deus é a própria dança

Deus é...seja lá o que

Deus quiser...

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 29/06/2012
Reeditado em 29/06/2012
Código do texto: T3751475