LOUCURA DE NÓS

Loucura de nós / Que nem sempre valorizamos um sorriso / Quem nem sempre buscamos "pintar" o horizonte de futuro / E que não esculpimos o mundo com a ferramenta-essência dos ideais...

Loucura de nós / Doentes e adoecidos / Pela demência dos sentidos / E pela chaga do desamor correspondido...

Loucura de nós / Vulneráveis e caídos no fosso / Posto que o pensar positivo não se desdobra em ações... Ao tempo em que o pensar negativo / Nos leva a rastejar sobre areia movediça...

Loucura de nós / Que não mudamos o disco / Que não enxergamos o cisco / Que não praticamos o canto do amor / E que tomamos decisões insensatas / nas horas da raiva / do tédio ou da dor...

Loucura de nós / Que tanto falamos e escrevemos / Que tão pouco vivenciamos a razão do que pregamos... E que nunca nos fazemos uma declaração de amor / Mas vivemos a morrer pela lógica do desamor que nos cega...

Loucura de nós / Que pela normalidade do mundo vão / Ficamos a correr como cão sem dono / Acoleirados pelas nossas próprias mãos / E normalissimamente entregues ao comum acaso / Do não querer e não saber mudar... Sem vontade de aprender / Sem desejo de ensinar / E nesta "normal" loucura padecer...

Loucura de nós / Não entender que a grande saída / É o pensar e agir participante / Nesta nossa Sã Idade / Que o grande barato é a vida em família e comunidade / Aceitar e aceitar-se / Tolerar e tolerar-se / Problematizar e problematizar-se / Para não subtrair do "nós" a porção do "eu" / E para não multiplicar no "eu" todas as fragilidades e insanidades do "nós".

Em tempo: um texto para dialogar com a poesia "À minha Sã idade" (T3658842) De: Orecnis Speculum.

Perfil no Facebook: Elias José da Silva