A CORDA

Mais fácil seria

puxar o laço

que desatar o nó

dessa corda abandonada

em meu pescoço

nesse vagar que

não acorda

do leito da solidão

Copo, uísque sem gelo

minha alma já

congela - só,

O relógio parado concorda

friamente com essa dor

desilusão...

Silêncio agitado

Angústia que se revela

Olhar apagado

a mirar a cama... recorda...

meus lábios...

o corpo dela...

perfume que seduz

Vejo-a passar linda

Minha sobra

a seguir sua sombra

minha escuridão

na busca de sua luz

não me olha

não me ama

Eu, solitário

com essa corda

pesada, fingida de cruz.