ALGUÉM
Devaneios que me rendem,
No complexo do agora.
Erros que permanecem,
Medo que me apavora.
Bases que se erguem,
Nas sombras do outrora.
Muros que me prendem,
Escondem o reflexo da aurora.
Faces do eu que não se entendem,
Por dentro, por fora.
Gritos que se repetem,
Socorro, socorro! a alma implora.
Mas, os anjos dormem, não ouvem,
Nada provém, nada colabora.
E eu submisso, submerso, refém,
Dos retratos desconexos, sem hora.
E eu, verso controverso do, porém,
Com os danos, com a dor tão senhora.
E eu, clausura, loucura, aquém, além
Da ternura, um não sei - uma metáfora.
Eu, na arquitetura do estranho, alguém
Buscando o perdido; e perdido chora...
Devaneios que me rendem,
No complexo do agora.
Erros que permanecem,
Medo que me apavora.
Bases que se erguem,
Nas sombras do outrora.
Muros que me prendem,
Escondem o reflexo da aurora.
Faces do eu que não se entendem,
Por dentro, por fora.
Gritos que se repetem,
Socorro, socorro! a alma implora.
Mas, os anjos dormem, não ouvem,
Nada provém, nada colabora.
E eu submisso, submerso, refém,
Dos retratos desconexos, sem hora.
E eu, verso controverso do, porém,
Com os danos, com a dor tão senhora.
E eu, clausura, loucura, aquém, além
Da ternura, um não sei - uma metáfora.
Eu, na arquitetura do estranho, alguém
Buscando o perdido; e perdido chora...