Inocente orgulho

Inocente orgulho

Aqui no Brasil,

Olha-se nos olhos

De qualquer um e se vê um misto de serenidade e ,do estopim em chamas, o pavio,

Que em sorrisos disfarçados, à busca de sonhos intangíveis,colhe-se ao molhos,

Mas em cada pessoa

Persiste o orgulho

Quer entre os bem-nascidos quer entre os à-toa,

Entretanto, em meu estômago sacoleja o embrulho

Face sua inocente satisfação perante pequenas coisas

E ao “ Graças a Deus!”,

Que alimenta o sonho de felizes e catequéticas noivas

E dos seus,

Que não cessam em agradecer pelo que conseguem ter,

Embora a indignidade persista em negar-lhes o ser

A mim e a eles e..., há tempos imemoráveis, gerações e gerações ,vivamos, não sei do quê, na saudade...

...Talvez o medo, à voz cale,

Mas o peito com certeza clama pela tal da dignidade

De que ,em verdade, não há quem fale.

...São tantos bem ou mal assistidos pela natureza ou pelo destino,

Que aceitam passivos esse denodo assassino

Que num uníssono rogo

À vergonha da impotência, recolhe-se das mágoas no afogo,

Enquanto pedem-lhe cautela, paciência e prudência

E os tornam lixo, vítimas da própria incompetência e alvo da vil inclemência

De quem os matou

E as mãos alvas e cegas à luz da insipiência, em seu sangue lavou...

Carlos Munindra