Bélico sonho

Bélico sonho

O sonho

Transcende

A alma,/

E não entende

Que viver não é carma

Nem trama,/

E cego incendeia

À infinda chama,

Que morre /

E mata,

Eternamente,

Insipiente,/

Descrente,

Insana,

E mundana/

Ao sonho, que cativa...

...E incentiva

Ao chicote, /

Que nos bate

Às palmas

Em salvas,/

Que sangram

O coração

Neste eterno instante/

Em que a alma

Louca

E Ofegante/

Transpira,

Suspira

E implora/

A que tudo volte à calma

Nesta tresloucada

Ilusão,/

Que não se sabe

Real ou deturpada,

Pois aturdida desvela o sabre/

E declara guerra

À busca do que lhe cabe,

Mas que não sabe/

Nem ela nem o sabre,

Ambos a rugir,

De encontro às grades/

Que a letargem,

Se é sonho

Ou miragem.

Carlos Munindra