HORAS REGRESSIVAS

GILBERTO BRAZ ALMEIDA

Tempo, tempo...

Um vento que sopra

nos meus cabelos brancos.

Um fio de areia

a correr pelas veias,

vou-me petrificando.

Tempo, tempo...

A neve dos janeiros

apresenta-se como um véu

e no céu uma nuvem branca

se faz andorinha,

leva-me peregrino

ao encontro do verão eterno.

Tempo, tempo...

No crepúsculo dos anos

no desfolhar dos dias,

nas horas regressivas,

em meio a tantas interrogações

deixo como heranças as reticências...

gilbapoeta
Enviado por gilbapoeta em 03/03/2012
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