O CÃO E A QUIMERA
GILBERTO BRAZ ALMEIDA
Eis cão raivoso do oriente
mostrando os dentes enfileirados,
tal qual fera faminta,
farejando a areia do deserto,
soprando a fé islâmica,
preparando a guerra santa.
Eis a quimera do ocidente,
mostrando as garras afiadas,
tal qual ave de rapina,
voando mais alto que o Himalaia,
lambendo o horizonte,
conquistando o infinito
preparando a guerra nas estrelas.
Eis um mundo malfadado
enfeitado melancolicamente
de Nagasaki e Hiroshima.
Eis os dragões sem fogo,
os cordeiros indefesos
na mira do cão e da quimera