GEENA

Vale de tormentos passado a fogo, enxofre e suplícios

Dos filhos de Hinom é a flamejante fornalha a queimar

Esqueletos calcinados, palco de horrendos sacríficios

Ao cruel Moloc, em chamas de ininterrupto crepitar.

Mais terrível que o exílio dos que trazem na própria pele

As marcas da moléstia tida como signo de funesta sina

Abrigas os detritos e os corpos insepultos que repelem

Com sua malsã atmosfera todo vivente que se aproxima.

Deus! Que pungentes sofrimentos neste covil de aflição!

Onde mesmo a alma fenece no incandescente entorno

Segunda morte que a arroja em irreversível aniquilação

Ardente lago voraz que torna impossível à vida o retorno.

Tudo isso se desenrolou ante meus olhos vitrificados

Não era vida nem morte, em meio àquelas paragens

Acordei banhada em álgidos suores, horror presenciado

Comparada à Geena, a dor do mundo é sutil miragem!

Anankhe
Enviado por Anankhe em 12/02/2012
Reeditado em 15/02/2012
Código do texto: T3495195
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