Ano (de) Novo!

Todo ano sempre igual

Não vale a pena ver de novo

Reprise à exaustão

De repetidas situações

Já ouvi essas canções

Cenas repisadas, exaustivas

Estou em frente ao espelho

Olhando de frente pra mim

Nos últimos anos é assim

Quando digo para mim

Que agora vou mudar

Tudo vai ser diferente

Vou ser mais transparente

Quando estiver dirigindo

Nada de celular!

Estacionar só numa vaga

Ultrapassar pela esquerda

Vou usar a sinaleira

Quando mudar de direção

Deixar de falar asneira

E mudar de opinião

Das coisas que teimo

Aceitar que estou errado

Andarei pela calçada

A rua não é meu lugar

Vou ser menos exigente

Com as pessoas no caminho

Mais uma dose de carinho

Vou ser mais humilde

Não achar que sou melhor

Que aquela meretriz

Que não fez o que eu fiz

Vou seguir passos de Jó

Deixar vícios, tirar o pó

Trocar as roupas velhas

Que me vestem por dentro

Me deixando sempre nu

Me fazendo de detento

Conjugar mais os verbos

Amar, sentir, perdoar

Cuidar da minha vida

Tentar curar a ferida

Vou olhar mais para o céu

E procurar as estrelas

Admirar a natureza

Me injetar "ml" de pureza

Não vou poluir os rios

Vou dar muito mais risos

E parar de reclamar

Quando chove, quando há sol

Há o verde e o rouxinol

Não só praia, futebol

A paz vai me seguir

Na paz, na violência

Abaixo essa excrescência!

Vou renovar minha crença

Na cria, no criador

Vou me tocar com tua dor

Te farei mais companhia

Seja noite, seja dia

Para que não fique só

Vou à casa de Iracema

Lhe falar da piracema

Não vou jogar lixo no chão

Nem na praia, na rua

Quero uma cidade pura

Não esquecer de agradecer

O bem que alguém me fez

Sem revide, sem rancor

Perdoar meu agressor

Não vou mais mentir

Muito menos te medir

Serei menos arrogante

Serei bem melhor que ontem

Chega de tanta promessa!

Já estou um tanto cansado

De tanto me enganar

Quero e preciso urgente

Para melhor, eu mudar!

A vida não vai me esperar

Sentada à beira da estrada

Que eu me dê uma guinada

Quando eu escolher a hora

A hora se faz agora

Espero sinceramente

Que eu seja mais gente

Aja, pois, com a razão

Sem deixar órfão o coração

Sem ter medo de mostrar

Meu lado sentimental

É o que tenho de melhor

Para sentir, para doar

Renovo meus votos antigos

Espero que nesse novo ano ambíguo

Esqueçamos qualquer picuinha

E como anos anteriores

Não viremos só a folhinha

Como nós e a vizinha

Csil
Enviado por Csil em 04/02/2012
Código do texto: T3479525
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