Castelo Interior

Finalmente, abri a porta para o sol entrar

E aquecer os cantos da casa,

Da cozinha, da sala de estar.

Agora, não faz mais sentido não me expor,

Por cautela, timidez ou medo da dor.

Não estarei mais o corpo presente,

Só para disfarçar.

Fingir ser verde, sendo amarelo.

Agora, bato continência para a vida,

Cicatrizo minha própria ferida,

E travo meu próprio duelo.

Não preciso de martelos e picaretas,

Eu já sei extinguir as labaredas,

Desobstruir os acessos,

Intimar a força e a felicidade,

Convocar o amor.

Simplificar os processos,

Repreender a tristeza,

Despedir a dor.

Agora, eu escolho os convidados

Que entrarão em meu castelo.

Afinal, foi árduo o trabalho

De arejar os cômodos,

Emendar os atalhos,

E fortalecer os elos.

Andréia Borges
Enviado por Andréia Borges em 22/11/2011
Código do texto: T3350929
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