JOIA BOREAL (PARTE I)

Na escuridão abissal das águas profundas

Dos mares do Norte é o rico diamante encravado

Um castelo de âmbar com magnífica rotunda

Ergue-se imponente sobre um rochedo escarpado.

Em seu sombrio interior jaz a pérola mais preciosa

Da superfície escondida, em seu dourado escrínio

A filha do Feiticeiro, jovem tão gentil e graciosa

Vivendo isolada em virtude do paterno desígnio.

Seus lindos olhos cerúleos brilham como raras safiras

Os cabelos, manto de ouro a cobrir-lhe os ombros

Lábios carminados, dentes alvos como nunca se vira

Beleza inaudita cujo esplendor causa assombro.

Sua voz maviosa pelas vazias alas a ecoar

Um canto de tristeza, um lamento de solidão

Prisioneira de quem mais lhe deveria amar

Mas que a confinou, jamais dizendo a razão.

Em verdade, o Feiticeiro a teme pois ela o destruirá

A moça que nunca pôde ver a terna luz do Sol

Ela desconhece a profecia pela qual o bruxo perecerá

Quando sobre a Joia Boreal vier a brilhar o arrebol!

Continua...

Anankhe
Enviado por Anankhe em 30/10/2011
Reeditado em 26/03/2012
Código do texto: T3307371
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