Silenciosa aranha paciente,
notei como em ligeiro promontório ela estava isolada,
notei como explorar o vasto vazio que a circundava:
ia jogando fio, fio, fio tirado de si mesma,
soltando-os sempre mais, incansável
fazendo-os correr sempre.



E tu, ó minha alma, onde estás,
cercada, separada, em desmedidos oceanos de espaço,
ininterruptamente ponderando, arriscando, jogando, buscando esferas para ligá-las,
até que esteja construída a ponte que hás de necessitar,
até que
esteja segura a âncora dúctil,
até que o fio de teia que lanças pegue em algum lugar,
ó minha
alma!
    
                                                              (tradução de Geir Campos)


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        Whitman,  Walt.  Folhas de Relva.  Seleção 
          e tradução de Geir Campos.  Ilustrações de 
          Darcy Penteado.  Ed. Civilização Brasileira. 
          Rio de Janeiro, 1964.  



Walt Whitman (EUA)
Enviado por Helena Carolina de Souza em 29/10/2011
Código do texto: T3305532