Silenciosa aranha paciente,
notei como em ligeiro promontório ela estava isolada,
notei como explorar o vasto vazio que a circundava:
ia jogando fio, fio, fio tirado de si mesma,
soltando-os sempre mais, incansável
fazendo-os correr sempre.
E tu, ó minha alma, onde estás,
cercada, separada, em desmedidos oceanos de espaço,
ininterruptamente ponderando, arriscando, jogando, buscando esferas para ligá-las,
até que esteja construída a ponte que hás de necessitar,
até que esteja segura a âncora dúctil,
até que o fio de teia que lanças pegue em algum lugar,
ó minha alma!
(tradução de Geir Campos)
&&&
Whitman, Walt. Folhas de Relva. Seleção
e tradução de Geir Campos. Ilustrações de
Darcy Penteado. Ed. Civilização Brasileira.
Rio de Janeiro, 1964.
notei como em ligeiro promontório ela estava isolada,
notei como explorar o vasto vazio que a circundava:
ia jogando fio, fio, fio tirado de si mesma,
soltando-os sempre mais, incansável
fazendo-os correr sempre.
E tu, ó minha alma, onde estás,
cercada, separada, em desmedidos oceanos de espaço,
ininterruptamente ponderando, arriscando, jogando, buscando esferas para ligá-las,
até que esteja construída a ponte que hás de necessitar,
até que esteja segura a âncora dúctil,
até que o fio de teia que lanças pegue em algum lugar,
ó minha alma!
(tradução de Geir Campos)
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Whitman, Walt. Folhas de Relva. Seleção
e tradução de Geir Campos. Ilustrações de
Darcy Penteado. Ed. Civilização Brasileira.
Rio de Janeiro, 1964.