A Vida num velho tênis

A Vida num tênis velho.

Desligo a televisão

Fecho as portas e janelas

O celular me acompanhará caso eu tenha que voltar ao mundo real

Saio a caminhar

Uma blusa, uma bermuda, um boné.

E um tênis velho

Estranho este conforto que o velho me traz

Acomodo os meus pensamentos na leveza dos meus passos

Nada pressiona mais do que a incerteza do novo

E nada impressiona mais do que o conforto do velho

Vivemos dois mundos

Um velho onde somos o que o meio nos moldou

Outro novo onde moldamos o mundo ao nosso querer

Por vezes esquecemos que o presente se transformará em passado

E somos nós que deixamos as marcas no Tempo.

Ter objetivos, criar sonhos, buscar realizações.

São rotinas do nosso viver

Por eles somos lutadores persistentes

Por vezes caímos em combate

Mas quantas vezes elevamos nossas mãos aos céus

Como vencedores de inúmeras batalhas.

Apreciar uma linda paisagem ouvindo ao fundo os nossos passos

Torna-nos atores coadjuvantes de uma nova peça

Criado pelo Grande Mestre no palco da vida.

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Um Poeta, Inacabado.

Rascunhei aqui

Ali

E Lá

Uma palavra

Um sentido desconexo

Um ponto fora do lugar

Uma vírgula

Reticências...

Um olhar pela janela

Cocei o queixo

Aumentei o volume do som

Mais um parágrafo

Risquei as últimas palavras

Sorri para mim mesmo

Mas voltei à poesia

Com outro olhar

E se eu mudasse o seu sentido?

E se eu procurasse outras idéias?

Sorri novamente

Como refazer um poema?

Meus poemas são como eu para a Vida... Inacabado

Robertson
Enviado por Robertson em 20/09/2011
Código do texto: T3231298