AONDE COMEÇA E ONDE TERMINA
AONDE COMEÇA E ONDE TERMINA.
POESIA.
ZÉ TEODORO.
I
Hoje eu tenho 67 anos estou velho!
Meu coração bate muito forte!
Apesar de já ter sido recauchutado!
Com uma angioplastia e duas safenas!
II
Mas é um músculos forte, um pouco dilatado!
Pelos grandes esforços de muito trabalho!
E também de muitas emoções!
Também já amou muito e também odiou!
III
Exaltou-se, construiu,e também demoliu!
Gerou grandes tristezas em alguém!
Mas também criou muitas felicidades!
Aprendeu e aprendeu muito!
IV
Também insinuou, teve orgulho e inveja!
Mas também teve muito carinho e amor!
Hoje esse velho coração já nem bate mais!
Só apanha o coitado, e como apanha!
V
Esta com mais de meio século!
Esta, velho e acabado, mas mantém o ritmo!
De muitos anos lá atrás, quando era jovem!
Já parou de lutar é por isso que apanha!
VI
Mora no peito de um grande homem!
Mas se comparar meu coração com um carro!
Que pode ser velho ou novo e até muito potente!
E só pode fazer proezas se na sua direção!
VII
Estiver um bom motorista!
É assim o coração deste velho!
Que trabalha muito, mas é dirigido!
Por uma grande mulher!
VIII
Que tem só um metro e cinqüenta!
E dois centímetros! Eu sei que um dia!
Esse coração vai parar, pode ser agora!
Ou daqui algumas horas ou sei lá!
IX
E quando isso acontecer eu já estou preparado!
Mas no momento eu estou bem fortão!
E se me deixarem eu chegarei ao ano três mil!
Porque o ano dois mil eu já deixei para trás!
X
E hoje nós estamos num século novo!
Já agüentei muitas tristezas e decepções!
Sem falar nas decepções de amor perdidos!
E outros nem sempre conquistado!
XI
Agüentou todas as emoções!
Sempre com o mesmo ritmo!
Subiu nas alturas e desceu em tuneis!
Trabalhou embaixo da terra!
XII
Já plantou muitas arvores e escreveu livros!
Mas se um dia você parente, amigo, filho!
Esposa e netos, e até alguns inimigos!
Encontrar-me na horizontal, lembre-se!
XIIi
Que eu nunca vou morrer, só morre!
Aquele que não deixa historia de vida!
E eu deixo muitas historias que até!
Meus inimigos mesmo querendo vão ser obrigado a lembrar deste velho Zé Teodoro!
XIV
Nunca vão conseguir esquecer quem me conheceu!
Chorar e ficar triste isso eu não quero!
Porque chorar e ficar triste são por fome!
Quando não temos dinheiro para comprar comida!
XV
Ou quando nossos filhos pedem algo para comer!
E nós pai não temos trabalho para alimentá-los!
Ou quando desempregados não temos aonde ir!
E ficamos circulando pelas ruas indecisas!
XVI
Já aquele que esta na horizontal!
Todos nós sabemos para onde ele vai!
E ate aonde ele vai ficar num silencio profundo!
Sem nunca mais se preocupar com o que ficou!
XVII
Lembrar de mim ninguém vai precisar!
Por que só precisa alembrar quem esquece!
E de mim ninguém vai conseguir esquecer!
Eu vou ser um imortal para sempre!
XVIII
Nas minhas obras de contos, historias, e poesias!
Que na minha vida eu escrevi!
Amei tantos meus grandes amigos (as)!
Que nem dos meus inimigos eu esqueci!
Poeta e escritor Zé Teodoro