Independente do seu beijo

independente da minha notável forma de amar

irei acarretar qualquer laço a você,

com todo consente de cada pessoa carente

uma vez vivida, jamais será traída

a dor que meu amor fez ao te cravar um beijo

vamos logo ao assunto, não tenho medo de você, nem de sua família, filhinha de mamãe

amo as pessoas e não tenho medo de amar e sofrer, jogar e perder, agarrar e descer

cair num pilar de dor, sem remorso, eu vou afrente com o meu amor, finja que não quer

mas eu sinto que você vai se arrepender depois, uma hora você irá se esquecer de mim

mas outra você irá lembrar rapidamente como um flash que te apagará todo o resto de sua memória

quem cala consente, quem ama vive contente

fale para sua boca suja que não tenho medo de suas ofensas

ferva no inferno cada desilusão ocorrida, cada hora feita e desmedida

o pulo chegou, vamos para a próxima era, um ar de respeito respinga do meu peito

existem dois pequenos momentos neste mundo, um que você não consegue traçar sua vida

e outro ao qual você salta e a partir de seu peito e mente, você traça sua vida com o ar de sua graça

mate todos os inimigos que puder, não tenho porque te acariciar com minhas mãos fervorosas

minha vida já é muito ferida sem ti por perto, não devo mais me deitar nesse chão imundo com você

jogando um contra o outro, me desmentindo, dizendo que eu disse algo que não havia dito

sua frustração foi não me ter para o joguinho ao qual queria ou ao qual não pode terminar

minha força foi maior do que eu mesmo ou foi mesmo a dor que me elevou a este grau de insanidade?

quem ataca se protege, quem defende honra

a cada gota de dor que você não vê mais mais, sua forma de pestanejar muda

o ar deste sucinto treço de colisões de fatos erradicados, se desarma

alcançar o infinito é um privilégio, ultrapassá-lo é ser algo além

guarde sua ferida no bolso esquerdo de sua calça e não a deixe sangrar

cure-a com cada passo que faz, simplesmente emita o som da vitória

me beijar com essa boca suja, você não tem defesas contra o seu corpo, vendendo-o como pode

não tem mais vontade para nada, vive por viver, nada te cala com sua boca vermelha

atiro minha raiva por cima de seu ego e ergo uma pilastra por cima de você, sem sequer olhar-te

sem sequer pensar na sua dor, vejo apenas a minha fé sendo ofendida, os olhos são de fúria

os corvos te comem viva, enquanto transparece a dor com uma nuvem envolvendo seu corpo nu corberto por suas faces falsas

quem devolve o tiro se destaca, quem erra por querer se eleva

um miléssimo de segundo perdido com a trajetória, nada pode mudar o rumo a não ser eu mesmo

não podemos olhar para as feridas alheias quando estas nos ferem também?

nossos olhos vão mais além, uma vez mais, uma voz a falar e a calar

com um abraço que vem por dentro, te acalantar o pobre coração que acaba por chorar

Gust
Enviado por Gust em 07/09/2011
Código do texto: T3206618
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