CEIFEIROS

Inquietude corporal

mãos pesadas,

um jogral sem declamador.

Sigo andando

parado na mesma estação

seguindo por curvas de cada

esquina perdida do passado.

A sede já ultrapassou

a vontade da boca

a idade voraz descortina

o veredito: O Caminho é curto.

O olhar de ave rapina

já cumpriu sua sina de caçador

e a dor espiritual que agora invade

tornou-me ceifador

de mim por mim mesmo.

Quem muito fala revela

suas próprias mentiras secretas.

Janelas abertas,

tento alçar vôos com minhas enormes

asas da imaginação...

Já não posso planar pela vastidão,

porque os olhos cerrados da angustia

deixou preso o gosto, a degustação...

E no âmago frio do meu Ser

soa mansamente:

“Cala-te, respira e dorme...”

Fernando Matos

Poeta Pernambucano

@PoetaMatos (Twitter)

Fernando Matos
Enviado por Fernando Matos em 09/08/2011
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