Eu Poeta
Não sei como este sangue verteu
Como a poesia chegou
Como este ramo cresceu
Como esta flor perfumou.
Versos em poesia a chegar
Busco na mente as ilusões
Caminho no inverso da história
Navego nas minhas paixões.
Só sei que algo se deu
Que o imaginar vem à tona
Que me faz muito bem
E o bom é que se deu.
Às vezes estou parado
Logo fico a imaginar
Coragem logo me dá
Querendo poetizar.
Mérito talvez não tenha
Mas o pouco que tenho
Com muito empenho
Fico a me esforçar.
Se me falta talento
Pra poesia fazer
Inspiração vou achar
Versos fico a criar.
Já me coloco noutro lugar
Tudo em volta a olhar
Logo a me apaixonar
Pra mente se arejar.
De tudo faço uma leitura
Me detenho em apurar
Palavras para rimar
Versos a prosear.
O acontecer no imaginar
O que não acontece fico a elaborar
O pensar faz movimentar
Embelezando o poetizar.
A mente fica a pensar
Com gente que nunca vi
Outras que já amei
Algumas estive a beijar.
Logo passo a imaginar
Com as cousas que vi por lá
Terras por ande andei
Outras que lá nunca passei.
Se não tenho momento
Motivos não vão faltar
E passo a me inspirar
Ao longe fico a buscar.
Às vezes está bem distante
No baú da mente vou tirar
E logo passo a desarquivar
E trovas fico a criar.
São fatos que já passaram
Outros estão mais presentes
E se não foram guardados
Esforço a mente a pensar.
As idéias fico a juntar
A maioria no consciente
Logo passo a reviver
Pensando num bom lugar.
Poucos fatos são modernos
A maioria romântica
Muitos são nostálgicos
Mas todos são poéticos.
Acolho a simplicidade
A natureza viva me anima
A beleza humana me desperta
E sonhar é o encantamento da vida.
Certas passagens já escrevi
Algumas eu nuca vivi
Outras apenas eu li
Com a maioria convivi.
Afloram minúcias
Detalhes a improvisar
Tudo a rimar
Trova a metrificar.
Pensamentos que navegam
Universo a explorar
Tudo junto a combinar
E o lirismo a dominar.
Tudo vira inspiração
A começar pelo belo
O verde das árvores
E o vento a soprar.
A beleza dos animais
O colorido das aves
Das águas o chuá-chuá
Da mulher o caminhar.
O gorjear dos pássaros
A palmeira a balançar
A onda branca que quebra
A água na cachoeira rolar.
A campina e a relva
O orvalho a molhar
Sol sempre a brilhar
Chuva forte a banhar.
Tudo no seu devido lugar
As dores que nos calam
Os gestos que sublimaram
Saudade de algum lugar.
A inocência da criança
A meiguice feminina
Do sagrado ao profano
Da cabrocha o rebolar.
Noite clara de luar
Chuva fina que cai
O sol que brilha e aquece
Estrela a cintilar.
Mato verdejante
O cavalo a galopar
O carro de boi a cantar
Flor que exala um cheirar.
As vicissitudes maternas
As dificuldades de cada um
As adversidades naturais
A fraternidade e a humildade.
Pensamentos a resgatar emoções
O passado vem ao presente
Solto a imaginação
E o futuro a desenhar.
O carinho e o desejo
A conquista e a emoção
O sensual e o conjugal
O entusiasmo e a devoção.
Estimulo o memorizar
Assim fico a juntar
O longe e o próximo
O amor e o apaixonar.
Na estação a esperar
Vem apitando longe
O trem logo a chegar
Pro meu amor abraçar.
Me fecho pro mundo físico
Pro abstrato me abro
É assim como eu faço
Meus simples versos rimar.
Sol a brilhar
Pássaros a cantar
Aurora a nascer
Dia a raiar.
A poesia alimenta a alma
Vem da inspiração
O mote a iluminar
Me leva logo a rimar.
Busco inspiração
Vem o palpitar das idéias
Imagens a pulular
Palavras a combinar.
O amor e a paixão
Causam inspiração
Lirismo com o romântico
Bem ali no coração
Animo os desanimados
Os tristes são movimentados
Melancólicos ficam apaixonados
E perfume pra todo lado.
A poesia é um dom
Dedicar-se é virtude
É por isso que eu faço
Versos quase rimados.
A história me inspira
A vida me anima
A bondade me entusiasma
E o futuro, talvez eu poeta!