Rochedo flutuante

Que a força da chuva não possa apagar o fogo do amor,

Pois a tristeza da madrugada avança enquanto dormimos

E o ritmo do cair da tarde e do tardar na noite faz dor

Na manhã do dia feliz em que me mimo.

Façamos frente perante o ardor da Terra que o Sol queima,

Que, sem piedade, racha o solo e seca a água dos rios.

Não fiquemos parados a ver navios que no horizonte assoma,

Mas gritemos revoltados como o som do gato que se chama miu.

A maré baixa cada vez mais no horizonte e enche cada vez mais o mar,

Que enorme e azul não tem nada a fazer a não ser ser contemplado.

Que ironia destruiria o Mar?

Eu preciso respirar, mas não consigo cheirar esse ar

Que me tortura e destrói parado,

Como se eu fosse um rochedo a voar.

Ulisses de Maio
Enviado por Ulisses de Maio em 10/02/2011
Código do texto: T2784496
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