O dia em que te vi chorar - Parte II.

O dia em que te vi chorar.

Nem nuvens, nem chuvas.

Nem orvalho, nem sombras.

Nem céus, nem mares.

Cintilante apenas suas lágrimas

Ofuscando o brilho de um universo estelar.

No dia em que te vi chorar.

Nem outono, nem inverno.

Nem primavera, nem verão.

Simples aurora fulgurante

De luz que clareava o

Sol de uma nova manhã.

Ainda que no dia em que te vi chorar o Sol brilhasse.

A universal claridade de tuas lágrimas

Transformou o Sol numa chama sem vida

Diante do espetáculo de luzes e cores do arco-íris de teu olhar.

O dia em que te vi chorar.

Não havia dias, não havia noites.

Não havia chuvas, não havia sóis.

O céu se escondeu e as estrelas partiram para longe

Fugindo do brilho de tuas lágrimas

E quando eu te vi chorar.

Imaginei mundos. Vivenciei planetas.

Passeei pelas luas. Não contei o tempo.

Viajei por universos e visitei outros mundos.

O dia em que te vi chorar...

Renasci...

As arvores derrotaram o outono.

As folhas se renovaram. Os frutos brotaram.

As noites se encheram de estrelas.

As luas se fizeram em brilhantes destaques nos céus.

O dia em que te vi chorar..

Uma mansa brisa soprou vida pelos mundos.

Resplandecentes universos surgiram,

Regados pelas lágrimas de luz que jorravam

Do sol de teu olhar.

E no dia em que te vi chorar

Pude distinguir a distância entre a luz e a escuridão,

Entre o amor e a paixão, entre a alma e o perdão.

Entre o céu e a imensidão...

Neste mesmo dia pude entender o quanto é importante

A existência do seu sorriso, de seus olhos e de seu coração.

Renato Galvão
Enviado por Renato Galvão em 05/01/2011
Reeditado em 19/07/2014
Código do texto: T2710985
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