O dia em que te vi chorar - Parte II.
O dia em que te vi chorar.
Nem nuvens, nem chuvas.
Nem orvalho, nem sombras.
Nem céus, nem mares.
Cintilante apenas suas lágrimas
Ofuscando o brilho de um universo estelar.
No dia em que te vi chorar.
Nem outono, nem inverno.
Nem primavera, nem verão.
Simples aurora fulgurante
De luz que clareava o
Sol de uma nova manhã.
Ainda que no dia em que te vi chorar o Sol brilhasse.
A universal claridade de tuas lágrimas
Transformou o Sol numa chama sem vida
Diante do espetáculo de luzes e cores do arco-íris de teu olhar.
O dia em que te vi chorar.
Não havia dias, não havia noites.
Não havia chuvas, não havia sóis.
O céu se escondeu e as estrelas partiram para longe
Fugindo do brilho de tuas lágrimas
E quando eu te vi chorar.
Imaginei mundos. Vivenciei planetas.
Passeei pelas luas. Não contei o tempo.
Viajei por universos e visitei outros mundos.
O dia em que te vi chorar...
Renasci...
As arvores derrotaram o outono.
As folhas se renovaram. Os frutos brotaram.
As noites se encheram de estrelas.
As luas se fizeram em brilhantes destaques nos céus.
O dia em que te vi chorar..
Uma mansa brisa soprou vida pelos mundos.
Resplandecentes universos surgiram,
Regados pelas lágrimas de luz que jorravam
Do sol de teu olhar.
E no dia em que te vi chorar
Pude distinguir a distância entre a luz e a escuridão,
Entre o amor e a paixão, entre a alma e o perdão.
Entre o céu e a imensidão...
Neste mesmo dia pude entender o quanto é importante
A existência do seu sorriso, de seus olhos e de seu coração.