O LIVRO DA TERRA

Tantas vezes, tantas voltas

Tantas perguntas sem resposta

Tantas vozes, tantos gritos

Tantos martírios sem nenhum sentido

Tantas promessas, tantas esperanças

Primeiro o beijo

Depois só lembranças

Tantos sussurros, tantos gemidos

Apesar do amor estamos sempre em conflito.

E eu como vivo?

E eu como a isso sobrevivo?

Tantas guerras, tantas mortes

Poucos com muito, muitos sem sorte

Tantos planos, tantos enganos que se repetem a cada ano

Sonhos defeitos, desejos despertos

Homens e mulheres

Humanos objetos.

E eu como fico?

E eu por qual caminho sigo?

Tantas fantasias e tantas dores. Tanto ódio e tão poucas flores

Tanta hipocrisia e tanta crença

A ganância com fome comendo a inocência

Tantos idiomas, raças, culturas

E tanta indiferença apesar da mistura.

E eu agora o que digo?

E eu como explico?

Proverá do mundo a estupidez da sua alma

dejetada no ócio dos dias pela fome de mim.

Fato: o nosso retrato perdura num amarelado desprezo.

Erro: pela púrpura vê-lo e não aceitá-lo.

Calar para não tentar mudar ou se mudar.

Nossa ignorância ou êxtase nos atrai.

Semelhantemente, ironicamente.

Abala nossos corpos a fala dos nossos sonhos

E, à noite, não conseguimos dormir em paz.

Disponível nos sites:

http://tramavirtual.uol.com.br/artistas/escravos_de_jo

e

www.palcomp3.com/escravosdejo