CHURRASCO (EC)

Beber, se empaturrar...

Dia de churrasquinho.

Na laje tinha pagode

Querendo, era só chegar

Todo mundo convidado

Parente, amigo, vizinho

Criançada, até cunhado

Cada um traz o que pode

Veio Mané da Padaria

Cerveja no engradado

Seu Oshiro da peixaria

Garantiu o pescado

Maria voltou da missa

Com um quilo de lingüiça

Prá completar o rango

Tonico trouxe o frango

Cachaça ia descendo

Barriga escapando

Animação crescendo

Confusão se armando

Dora, filha do feirante

Empolgada pelo funk

Desencostou do tanque

Arrancou o tamanco

Subiu toda insinuante

Foi dançar no banco

Usando pouco traje

Provocava o pecado

Joãozinho da garage

Grudou olho na menina

Toinho meio chapado

Defendendo a concubina

Sentou tapa no mecânico

Rápido fez-se o pânico

Voou salada da comadre

Derrubaram o aperitivo

Virou caixa de espetinho

No meio do burburinho

Beata no colo do padre

Passivo agarrou ativo

Completando o salseiro

Papagaio caiu do poleiro

Gato miou do cantinho

Fugiu o passarinho

Pombas voando do muro

A turma do “deixa disso”

Controlou a situação

Com dois de olho escuro

Trocando palavrão

Acharam que era hora

Foi todo mundo embora.

Ver o jogo do Timão

Coitada da dona Tereza

Que cuidou da limpeza

Achou de tudo pelo chão

Camiseta, cílio postiço,

Peruca, dentadura,

Maionese e verdura.

Em pedaços sob a pia

Metade da melancia

Uns pares de sandália

Fio dental, uma navalha,

Patuá, uma piranha

A muleta do Manquinho

Ficou pelo caminho.

Bem no meio do carvão

Bom pedaço de picanha.

Pensou Tereza: Que fazer?

Comer ou não comer?

Eis a questão!

http://encantodasletras.50webs.com/comerbebere.htm

Pedro Galuchi
Enviado por Pedro Galuchi em 17/09/2010
Reeditado em 17/09/2010
Código do texto: T2503287
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