IMAGEM

Olho-me no espelho

e a imagem é fragmentada,

partida em incontáveis pedaços.

Não sou mais apenas um.

Sou legião, porque sou muitos.

Desesperadamente grito a mim mesmo:

“Quem és tu? Onde tu estás?”

E a resposta foi um silêncio gélido,

mórbido.

Um silêncio que se inicia e se encerra em mim,

dizendo-me:

“Tu estás morto em ti mesmo”.

(In. Epifania)