Seios

Quero fazer meu elogio aos seios!

Seios pequenos, seios grandes,

Seios duros, seios fartos,

Sedentos e secos.

Sobretudo aos seios flácidos

Que nutrem os filhos

Onde descansam os netos,

Seios com história!

Aos que reclamam,

Aos que acolhem

Substâncias líquidas,

Delírios de prazer.

Aos rijos de leite,

fartos de profundezas oceânicas

Seios de yemanjá.

Princípio da vida,

Alvorecer da paixão,

Morte da dor.

Simbólicos e míticos,

Seios eróticos,

Audaciosos .

Aos que nutrem a guerra

E aos que secos

Choram os subterrâneos da fome.

Aos seios objetos

Que amamentam o sonho

Dos vagabundos.

Aos que se riem de gozos fartos.

Aos que são cúspidos

E amaldiçoados

Por mil gerações.

Aos seios benditos

Da divina virgem

Aos das prostitutas.

Aos seios

Da velha indígena

Que se quedam

Absolutos na alegria de viver!

Aos envergonhados,

Aos orgulhosos,

Aos siliconizados

De vaidades contemporâneas.

Aos seios tímidos

Que escondidos,

Destarte incontidos

Apontam aos olhares

Sequiosos, astutos, matreiros

De todos os gêneros.

Aos respeitosos seios da mãe

Que geram o mundo mamífero,

A primata afetividade

A cultura

A incoerência, a razão.

Juanita Sacks
Enviado por Juanita Sacks em 22/07/2010
Reeditado em 09/02/2023
Código do texto: T2393909
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