Seios
Quero fazer meu elogio aos seios!
Seios pequenos, seios grandes,
Seios duros, seios fartos,
Sedentos e secos.
Sobretudo aos seios flácidos
Que nutrem os filhos
Onde descansam os netos,
Seios com história!
Aos que reclamam,
Aos que acolhem
Substâncias líquidas,
Delírios de prazer.
Aos rijos de leite,
fartos de profundezas oceânicas
Seios de yemanjá.
Princípio da vida,
Alvorecer da paixão,
Morte da dor.
Simbólicos e míticos,
Seios eróticos,
Audaciosos .
Aos que nutrem a guerra
E aos que secos
Choram os subterrâneos da fome.
Aos seios objetos
Que amamentam o sonho
Dos vagabundos.
Aos que se riem de gozos fartos.
Aos que são cúspidos
E amaldiçoados
Por mil gerações.
Aos seios benditos
Da divina virgem
Aos das prostitutas.
Aos seios
Da velha indígena
Que se quedam
Absolutos na alegria de viver!
Aos envergonhados,
Aos orgulhosos,
Aos siliconizados
De vaidades contemporâneas.
Aos seios tímidos
Que escondidos,
Destarte incontidos
Apontam aos olhares
Sequiosos, astutos, matreiros
De todos os gêneros.
Aos respeitosos seios da mãe
Que geram o mundo mamífero,
A primata afetividade
A cultura
A incoerência, a razão.