Volta
Não querem saber de tuas chagas,
Reformaram a praça, fecharam o portão.
Não te querem aqui!
És o roto podre,
És o lado feio.
Cadê você ser humano?
Humano?
Se humanas não são tuas condições de vida,
Se humana não é tua comida,
Teu olhar, tua voz!
Fique longe da praça!
Não te querem aqui.
O poeta te busca!
Tu és o fruto da poesia
E dela matéria principal.
Ele te conclama,
Te reconhece irmão
Em espécie animal.
Vêm, volta à praça.
Quero torna-la tua novamente!
A ti ser humano!
A nós poetas!