Visivelmente cego

Tua boca é um mistério que eu navego

Deixa a correnteza fluir

Sem medo de ser livre

Pra que parar o canto dos pássaros

Se tudo corre tão bem?

De repente o rio muda a direção

E a noite cai sobre o lençol

Embaixo do seu coração

Há um uma criança a sorrir

Por que bloqueia com teu olhar o visível amor

Algum motivo sem razão

Coisa de vício ou tormento

Amar alguém sem estar vendo

Triste, pensativo e lindo

Mais assusta a alegria da mentira

Do que a lágrima na compreensão

Respeito inexistente no caminho fechado

Constroe tuas cidades, educação

Temor, o medo só está na violência

Reflete na água insípida, teu rosto sorrindo

Num beijo sob o sol frio de um inverno solitário

E o céu, inspirado na minha alegria,

Pinta um arco-íris no canto do dia

Que já vai morrendo

Soa o ar numa floresta divina

E um pedaço de tempo vai se desfazendo,

Virando pó, entre os meus dedos

Que barulho corta a noite em véu

Mente difusa em dois oceanos

Maurício Moreira
Enviado por Maurício Moreira em 25/06/2010
Reeditado em 28/06/2010
Código do texto: T2340842
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