Visivelmente cego
Tua boca é um mistério que eu navego
Deixa a correnteza fluir
Sem medo de ser livre
Pra que parar o canto dos pássaros
Se tudo corre tão bem?
De repente o rio muda a direção
E a noite cai sobre o lençol
Embaixo do seu coração
Há um uma criança a sorrir
Por que bloqueia com teu olhar o visível amor
Algum motivo sem razão
Coisa de vício ou tormento
Amar alguém sem estar vendo
Triste, pensativo e lindo
Mais assusta a alegria da mentira
Do que a lágrima na compreensão
Respeito inexistente no caminho fechado
Constroe tuas cidades, educação
Temor, o medo só está na violência
Reflete na água insípida, teu rosto sorrindo
Num beijo sob o sol frio de um inverno solitário
E o céu, inspirado na minha alegria,
Pinta um arco-íris no canto do dia
Que já vai morrendo
Soa o ar numa floresta divina
E um pedaço de tempo vai se desfazendo,
Virando pó, entre os meus dedos
Que barulho corta a noite em véu
Mente difusa em dois oceanos