BRANCA ROSA
Me escondo, sempre assim
Em meio as rosas brancas
E de saudade, o pranto
Chora flores em meu jardim
As lágrimas tomando folhas
A vida, tornando falhas
As poucas rosas que ali brotavam
De intenso e completo carmim
E as rosas rubras, devaneios
Se romperam brancas, devastadas
De momento enxutas, mas perdidas
No labirinto de meus sóbrios medos
De conquista e de discórdia, aprimorados
Perdido em meio a vastidão nevada
A rubra rosa me toma, do nada
E me enegrece a alma, alienada
A sofrer da presença da doce rosa
E a rosa branca, revoltada
Destrói em mim a rubra rosa
E se enjaula ali, por fim pacata
Tornando-me então jardim de luz
A rubra rosa então se esconde
Por estar assim, tão desnorteada
Já que agora, graças a branca rosa
Me vejo eu, assim, regenerado
As flores rubras que me pregavam o pranto
Se tornaram puras, luminosas
E minhas lágrimas, outrora saborosas
Hoje, são apenas sombra
Do meu velho e perdido sofrimento
Que a tempos já é distante
De minha doce branca alma