MOCIDADE E VELHICE

Tic...tac...faz o relógio marcando as horas

Segundos, minutos, a vida, enfim

Tic...tac...faz o relógio.Conto as horas

Volto os ponteiros do tempo...

Tento recontar a história

Tic...tac...faz o relógio em mim...

Abro os braços e as cortinas dos olhos

Olho o horizonte passado

Revejo a cena na memória

Linda tarde, céu azulado...

Vem a esponja da noite...

Canta a brisa do poente

Um novo sol se levanta

Vem a aurora, novamente...

Pende outra vez o dia

Canta a passarada, em sinfonia

Alegremente vem nova aurora

Clareia o sol da esperança...

Enfim, um réstia de lembrança

Nasce novo dia em mim.

Vida agitada, escondida

Nas dobras do tempo...

Noite de sono perdido

Sonho lindo, amor vivido

Belas noites aquelas...

A vida abrindo janelas...

Na retina dos olhos da saudade

Velhice é mocidade de outrora

Avança a idade, envelhece a aurora

Esquece o melhor da vida...

Belas noites aquelas mal dormidas...

Um colosso: noites de orgia...bebidas...

E a velhice herda da mocidade as sequelas:

Espinho na carne e furinho nos ossos.