mona errante - jade

mona errante - jade

quisera ser vagabunda

andar nas madrugadas

pelas ruas pouco iluminadas

do Recife Antigo

copo de cachaça na mão

pão com manteiga na outra

conversar com alguém imaginário

rir de nossas conversas

parar no meio da avenida

gritar vários palavrões

sentar na calçada

e cantar

até que a dor nas pernas

cesse

e do torpor dos sentidos

se aticem com o vento

gélido da noite

uma vagabunda sem hora

de respeito, em prol da liberdade

de expressão

lutando pelo sentido da vida

uma vagabunda sem preconceitos

que venham os críticos

os cínicos

os políticos

os palhaços

os patifes

todos merecem o papo da

mona errante

com sua língua solta

livre, leve e solta ativa

dobrando gargalhadas

no gargalo

olhos acesos

com o fogo alcoólico

face suada, rosada, serena ...

já se despedindo da farra

para tomar lugar no seu vazio

reservado fora do imóvel.

Ana Lã
Enviado por Ana Lã em 16/09/2009
Reeditado em 16/09/2009
Código do texto: T1814609
Classificação de conteúdo: seguro
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