ENCONTRANDO OS VERDADEIROS POETAS

Em minha casa também canta o sabiá,

Com certeza eu diria,

Se encontrasse Gonçalves Dias,

Pra ele também eu falaria

Do prazer que encontro eu cá.

Se fosse o encontro com Bilac,

Das suas mulheres iria lembrar,

Daquelas que no Última Página enumera:

Dulce no verão, o outono com a Laura,

A Branca no inverno e a Rosa na primavera.

É... Também na arte de amar o Olavo era craque!

A ele perguntaria: como não conheces o amor,

Se não te cansas de amar?

Dúvida não tenho,

Com Cruz e Souza,

Não poderia falar d’outra cousa,

Que não daquelas crianças,

Na imagem que dos seus versos retenho,

Para assim também poder vê-las:

As que “cintilam como estrelas,

e florescem como esperanças”.

Se com a Cecília conseguisse marcar,

Ao encontro não iria faltar.

Cecília Meireles é especial,

Sua verve poética sensorial,

Leva o leitor a refletir

Sobre a vida e a morte.

Impossível com ela não sentir

A transcendência de sua forte

E doce poesia.

A ela apenas pediria,

Pondo-me de joelhos:

Volta “Mulher ao Espelho”,

Vê quanta beleza criaste,

O que deste ao mundo, com arte.

Olha-te de novo e a encontrarás

No mesmo espelho.

Outros tantos poetas

Por minha mente vagam,

Que me sinto um pateta

Com esses versos que divagam

No plano imaginário,

Usando da arte verdadeira,

Para criar nada além de besteira.

Hegler Horta
Enviado por Hegler Horta em 20/06/2006
Código do texto: T178950