ENCONTRANDO OS VERDADEIROS POETAS
Em minha casa também canta o sabiá,
Com certeza eu diria,
Se encontrasse Gonçalves Dias,
Pra ele também eu falaria
Do prazer que encontro eu cá.
Se fosse o encontro com Bilac,
Das suas mulheres iria lembrar,
Daquelas que no Última Página enumera:
Dulce no verão, o outono com a Laura,
A Branca no inverno e a Rosa na primavera.
É... Também na arte de amar o Olavo era craque!
A ele perguntaria: como não conheces o amor,
Se não te cansas de amar?
Dúvida não tenho,
Com Cruz e Souza,
Não poderia falar d’outra cousa,
Que não daquelas crianças,
Na imagem que dos seus versos retenho,
Para assim também poder vê-las:
As que “cintilam como estrelas,
e florescem como esperanças”.
Se com a Cecília conseguisse marcar,
Ao encontro não iria faltar.
Cecília Meireles é especial,
Sua verve poética sensorial,
Leva o leitor a refletir
Sobre a vida e a morte.
Impossível com ela não sentir
A transcendência de sua forte
E doce poesia.
A ela apenas pediria,
Pondo-me de joelhos:
Volta “Mulher ao Espelho”,
Vê quanta beleza criaste,
O que deste ao mundo, com arte.
Olha-te de novo e a encontrarás
No mesmo espelho.
Outros tantos poetas
Por minha mente vagam,
Que me sinto um pateta
Com esses versos que divagam
No plano imaginário,
Usando da arte verdadeira,
Para criar nada além de besteira.