PRISCAS ERAS

Em tempos passados

Envelhecidos

Quietos, calados, gastos,

Embrulhados em trapos

Defraudados ao sol

A estória sem “H”

Armazenou em seus estoques

Irrefutáveis

Em prateleiras sujas

Escurecidas, cheias de germes,

Vírus, bactérias,

E muito pó

Os acasos

Meramente acasos

Sem amarras, sem laços.

Incontestáveis

Como encontros marcados

Entre detritos

Em curvas de rio

A “beleza” saiu correndo

Restando o “feio”

Em dantescas formas

Quem sabe?

Ora! Quem viu!

E, tudo foi jogado,

Acondicionado

Em apodrecidos sacos

Cobertos com véus

Cheio de bolor

Fermentado pelo tempo

Açoitado pelo vento

Ao profundo esquecimento

Apagando gemidos,

Gritos, sussurros, cantos, louvor.

Envolto em loucos devaneios

Em toscas quimeras

Sem remissão pura

Das penas temporais

E o tempo

Declinado, cansado,

Se arrastando

Pelo canto mostrou

Em prístino declarado

Sem subjetivos enganos

Nem codinomes

Profanos

Serem priscas eras

Esses restos mortais

JORGE BRITTO
Enviado por JORGE BRITTO em 22/08/2009
Reeditado em 24/08/2009
Código do texto: T1767823
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