PRISCAS ERAS
Em tempos passados
Envelhecidos
Quietos, calados, gastos,
Embrulhados em trapos
Defraudados ao sol
A estória sem “H”
Armazenou em seus estoques
Irrefutáveis
Em prateleiras sujas
Escurecidas, cheias de germes,
Vírus, bactérias,
E muito pó
Os acasos
Meramente acasos
Sem amarras, sem laços.
Incontestáveis
Como encontros marcados
Entre detritos
Em curvas de rio
A “beleza” saiu correndo
Restando o “feio”
Em dantescas formas
Quem sabe?
Ora! Quem viu!
E, tudo foi jogado,
Acondicionado
Em apodrecidos sacos
Cobertos com véus
Cheio de bolor
Fermentado pelo tempo
Açoitado pelo vento
Ao profundo esquecimento
Apagando gemidos,
Gritos, sussurros, cantos, louvor.
Envolto em loucos devaneios
Em toscas quimeras
Sem remissão pura
Das penas temporais
E o tempo
Declinado, cansado,
Se arrastando
Pelo canto mostrou
Em prístino declarado
Sem subjetivos enganos
Nem codinomes
Profanos
Serem priscas eras
Esses restos mortais