EU ACREDITO EM MIM
Eu acredito em mim
Enquanto espero
Que esse silêncio me faça compreender
A semente e a palavra
O eco e o vazio
O sangue inútil escorrendo entre as pernas
Eu acredito em mim
Enquanto o musgo toma conta do túmulo
E o entulho se enche de realidade
Sem mim, ninguém acredita
Naquilo que se propaga no deserto
O flash nos leva ao esquecimento
Noites em claro são o avesso
Mais rápido à loucura e solidão
E nos deixam longe da aurora
Mas eu sigo acreditando
Enquanto curto os interstícios da dúvida
Nesse tempo que estilhaça os sentimentos
Eu acredito em mim
Acredito no vício e na virtude
Na entranha que deixa transparecer
O gosto doce do gozo
Que me faz acreditar na vida