Verso por verso - Dança Dos Dias

Hoje escreverei o livro de toda minha vida

De tão forte eu segui assim...

Deixo o vento correr e dizer onde vou.

Eu perdi meus olhos, mas eu tento enxergar.

Me perco na multidão, deixo o dia acabar

só para provar para si mesmo que você é destemido

Convença você mesmo que você é corajoso e que nunca caíra

Por tantas vezes pensei saber o que fazer

Mas sempre acabei por tomar cuspido em minha cara tudo o que acreditei

E já não posso suportar

Já não consigo acreditar que vai ser diferente ou vale a pena tentar

Carregamos tantos vícios que já não há virtudes pra contar

Cultivamos precipícios em que despencamos sem pensar

E a história não para e não procuramos saber se realmente queremos viver sem aprender

Como pude ser tão idiota e voltar se tantas vezes eu errei

Como pude segurar em suas mãos se eu sei

Sei que você vai me largar e que não vai adiantar o gosto amargo nunca vai passar

não adianta se esconder

do sonho que não morre

quando caem os corpos.

Do fim das trevas e das guerras.

Do som de quando

as crianças não choram

e da palavra muito mais sincera

De tão simples e ingênuo,

parece até pequeno

frente aos moinhos de vento.

Mas são gigantes sim e, aposte, estaremos de pé até vencermos

Eu faria tudo outra vez, se soubesse que ouviria o eco responder

A tudo aquilo que por noites em claro busquei no radar

Mas as antenas não traziam nada, então fiz da estática

O mar em que com cinzas nos pulmões, afoguei as mágoas

Por não escutar nas conchas as ondas

E acabei me enforcando em freqüências sem sinal

Terminar seria o fim se não fosse uma variável

Nos beijos de quem transmite em línguas que eu não sei

E eu não tenho a tecla SAP Para poder ler entre as linhas

Já não é mais o mesmo...

Então por que insistir em remar em vão?

Quando remos sem pás não conseguem mais nos mover?

Quando o silêncio não deixa respirar,

Nem a amarga brisa toma o lugar do vazio, é infinita a dor

Quem me dera teus olhos pudessem ver por trás dos meus,

Agora que nossos mundos estão tão distantes mesmo perto de ti,

Por mais que estenda meus braços não mais posso te tocar,

Não mais sou capaz de esconder que estou cansado demais pra lutar...

E que por vezes eu quis tanto, que meu corpo sumisse no ar...

Só pra não ter que escolher...

Só pra não ter que voltar...

Diz que não é tarde

Diz que não vai começar

a dizer que já vai

Comece uma frase

e eu te digo outra vez mais:

"Tudo bem... Tanto faz..."

Diz pra mim que vais estar lá

sempre pra me segurar,

se eu deixar que,

me atires rumo ao céu

Me diz, que eu vou acreditar

e nem vou pensar se me chamar pra fugir contigo outra vez

não vou pensar se amanhã

a certeza será talvez

Não permitas

que a solidão me seja o fim

ao gritar por teu nome.

Comece uma frase Sofia,

qual aquelas que acendiam estrelas

Me deixa uma vez mais

encantado pela voz que vence madrugadas.

Ah, sofrer em teus braços

seria o meu prazer e viver em mil pedaços

seria tudo pra mim...

Ah meu amor, este suor enfermo

Blasfema meu erro, de faca em punho

Clareio teu rosto, te faço meu sonho

Pra que entre eu e tu não existam segredos

E se te peço perdão, é porque te amo

E se te marco meu nome é porque te venero

A tua beleza, teu calor eterno

Salva este coração mundano

Ah meu amor, me faz oceano

Pra que dissolva em ti meu choro profano

Por ter cometido o pior dos enganos

Hoje sei, sem você amor, não sou vida,

Sou dor, amargura, vazio e ferida

Salva este coração mundano.

E é tão ruim pensar

Que não há nada que eu possa fazer

E nada que me afaste de ser assim

E querer provar tudo

E ter respostas a todas as perguntas.

E por que não?

A vida me tem sido tão complacente

não sei porque fui te dizer

tudo que eu sentia

agora tudo o que eu guardei

ficou tão distante

e nada mais me importa

quero sumir desse lugar

quero fugir sem olhar pra trás

Você quer matar minha auto-estima

Quer guiar meu destino para essas rodas de inveja e muralhas de ódio

Minha vida tem sido um roteiro de cicatrizes e não posso voltar...

Não encontrei o caminho em que estava antes

não quero me sentir como que procurando satisfação em crenças cegas...

Estou enjoado porque estou sempre quebrando meus joelhos...

Estou parando agora? Não... Minha distância é boa

Parece que parte de minha vida foi roubada algumas vezes...

Vezes em que confiei tanto em você...

Vezes em que você perdeu minha confiança...

Outra semana trabalhando como um desgraçado.

Pela janela minha vida a desaparecer

e os sorrisos a minha volta me fazem querer morrer.

Um dia vou tocar fogo nessa merda e não vai sobrar nada...

Eu não tenho nada a ver com seu narcisismo idiota...

eu não quero ser como você, um verme

Não vou saber dizer o que há...

Não vou poder jamais explicar

os dias em que pensei ter

respostas para tudo

fingindo ser forte e negar

que eu nem sei se eu quero saber

se amanhã vai ser igual (ou não)...

Quão mais tentei saber e falar

mais tropecei em minha língua.

Esperas que eu seja forte

atrás deste escudo

que nunca me deixou enxergar

Costumamos implorar por adagas.

Às vezes a gente fica assim,

mesmo sem motivo, e quer andar por aí.

Às vezes a gente não sabe o que quer,

mas sabe como é, e quer muito mesmo assim.

E é engraçado ver

que tudo sempre esteve aqui

mas a gente achava que estava tudo errado

Tantos motivos pra parar e

Tantos motivos pra dizer que não faz diferença estar bem

Entre o corpo esquálido e o cálice vazio,

entre os lábios rachados,

entre as cinzas do que restou de ti frente a teus medos,

do que contarás para teus filhos

Entre o espaço dos dias

que nunca se vão e o olhar

deprimido frente a televisão

trair tudo o que sentes se repete,

quão mais tentes dizer saber que não há

Não me arrependo,

as coisas que fiz, fiz sem medo

Moro num lugar estranho,

de valores confusos e deuses viciados.

Onde as crianças morrem por nada

e por nada pagam mil pecados

Já tentei gritar toda a dor do peito.

Expulsar demônios.

Já desenhei carneiros, chapeis e elefantes.

Já conheci guerreiros e cavaleiros errantes.

Aprendi a amar e a cantar sobre amor

mas não sei ficar aqui sem me sentir distante.

Não é pedir demais querer ficar em paz,

Trancar as portas e dizer pro mundo que morremos.

Fica então aqui, que é tão ruim estar assim

E eu já não quero mais silêncio.

Aumenta o som que essa música me diz tanto

Que nem sei como não tem meu nome.

Sou uma criatura estranha, com uma solidão tamanha.

São Paulo é assim, mas acho tão bom dormir

Ouvindo a chuva na janela e embaixo das cobertas.

Então me abraça que é só você que eu quero

E eu quero ser tudo pra te ver sorrir.

Cada vez que te encontro

eu me perco em devaneios

na embarcação que me leva sem destino

ao oceano destes dias

em que avistei tantos portos

que meu diário de bordo

é incapaz de saber dizer

quanto tempo faz que eu nem sei se eu...

Eu nem sei se vou saber mais voltar.

Meu encanto se foi com o vento

e partiu-se em pétalas

que dançam ao redor de teu farol

a implorar pelo apreço de teu olhar

quando o orvalho em que minha nau navega

não pode mais esconder

ser das lágrimas dos anos que perdemos

mudando nossos rumos

e rasgando nossas velas

pra prosseguir a esmo.

E é fato que não sabemos

se voltaríamos a encontrar

o que deixamos o tempo ruir

fechando os olhos

mas mesmo assim eu...

mesmo assim eu... queria tentar.

Náufrago com o corpo cansado

no breu aguardo a tempestade

decidir se me atira outra vez as tuas praias

ou se enfim me leva às rochas

pra descansar.

E é tudo tão covarde...

deixar morrer as chances

por medo que barcos de papel não suportem

as cargas clandestinas

que fingimos não acumular com o tempo...

E é tudo tão impossível

que ateamos fogo nos remos

Qual suicídio, com pedras nos bolsos

deixei afundar de uma vez

o retrato em que pintei minhas dores

com o próprio sangue

que dissolvi em mil lágrimas de ódio

e com pincéis que fiz de meus dissabores.

Escuro breu me diz que agora vai

saciar pra sempre o que jamais se satisfaz.

É o inimigo eu sei, e por ser tão ruim,

me salva de minhas próprias injurias

Refugio ingrato, apunhala de vez

esta crença maldita que me rasga as víceras

clamando vingança,

por tudo aquilo que passou,

por toda mágoa e rancor,

qual adagas, cravadas em sua couraça

As canções proibidas serão cantadas por nós

e o todo libertino será a nova ordem.

Acordem crianças que a plenitude é veloz

e na dança dos dias quem manda somos nós.

Acordem que o tempo é curto demais.

Crianças, acordem que o mundo ainda não escuta nossa voz

As pessoas sempre vão falar

pois suas línguas lhe vencem os dentes

e seus medos e inseguranças

sempre acabam em dedos ao diferente.

Então que se foda amor, que se foda

se a palavra suja não rima.

Que se foda amor, que se foda.

Pecado é não viver a vida.

Então esquece tudo e vem

que a vida é assim

e se a gente deixar de viver

não vai dar tempo de sorrir.

Vamos pegar essa estrada

e sentir o vento cantando esta música

que conhecemos mais que nós mesmos

Talvez precise bem mais

que um sorriso incapaz

de me prender a atenção

Só sei que quero parar

de fingir não ver no dia

um caminho cada vez mais longo.

Só sei que quero voltar

a acreditar que a vida

seja mais que um horizonte

Me entregaram jornais

de meses que eu só queria deixar pra trás.

Me contaram os finais

de todos os filmes que eu sonhava assistir

Talvez, você nem tenha reparado

Mas, toda vez em que morri eu tentava esquecer

Tento pensar em coisas

Que não me deixem lembrar

Das noites em que

Fiz planos para

Trocar os meus olhos

Por estes restos de comida

Pra que teorizar sobre estar só

Se o inverso de ser feliz

É a certeza de saber que

Nem sempre temos

Respostas que queremos ouvir?

É eu podia ser gentil

E perguntar coisas fúteis,

Mas o que eu queria mesmo

É ter um copo de água suja

Pra beber e parar de fingir

No saber se o vazio é bem maior

Agora que sabemos ter feito

O melhor pra nós dois

E deixamos tudo mais pra depois.

Sabe, às vezes, penso mesmo que dizer: “deixa pra lá”

cansa menos, e você?

jamais conheci mesmo quem levasse porrada

e todos que conheci me chutaram mesmo caído à calçada.

Atravesso, atravesso a estrada e nunca acontece nada... nada

Como podes dizer saber como estou

se nem eu mesmo sei o que há de errado?

Que tenho andado tão confuso que ninguém

pode ousar querer saber me entender

Você fala "amor" mas sob este olhar

me deixa sem valor e não consigo pensar.

Você fala "respeito" mas não pode entender:

Eu seria qualquer coisa, mas não seria você

Quão cruéis crianças podem ser?

Quão cruéis elas podem crescer

e mostrar o que aprendem com os pais?

E apontar seus dedos aos demais.

Será que nascemos mesmo assim

ou será que deixamos tudo desabar?

Pois não lembro de um dia sequer

sem sentir não ter meu lugar

# Desculpas semi aceitas #

Frases decoradas te fazem aparecer

mas não dizem nada importante

E você vai ficando velho, se recusa a crescer

um adulto idiota é o que você vai ser!

Sem nada na vida, pra sempre incapaz.

Seguindo em frente, pensando para trás.

Os amigos se cansam e sempre vão mudar

e você não percebe que não sai do lugar

Olha pra esses homens sérios

e seus futuros perfeitos.

Eles vivem e não vivem

Eu digo que a gente tem

que estar com o coração.

Que estar feliz com a canção.

Tem que plantar e colher outros caminhos.

E não somente espinhos.

Vê essa tristeza nos olhos de seus pais.

Vamos ter filhos também

Eu comprei todas as promessas

e me fizeram pedra

com o peso do mundo nas costas.

Será que fui tão tolo assim

em ver bondade até na hora de perder?

Será?

Talvez...

Pois mesmo ferido, juro,

não posso prosseguir sem lutar.

Minha luta é minha espada,

meu tesouro meu irmão

e minha glória o coração.

Entendes?

Foi tolice desistir de tudo

quando ainda eu tinha pra falar

e te disse tantas coisa

que nunca pensei

só pra fugir do silêncio uma vez mais

Quem disser que a solidão

não planeja seus golpes

desconhece-lhe os fins.

As esperanças que plantei

só me trouxeram cortes

com tantos espinhos

Sempre soube que ia acabar no chão

e ainda assim

me atirei com vendas nos olhos

do alto de precipícios.

Mas juro,

pensei que cair duraria mais...

Agora, meus pés quebrados

não me deixam ir pra casa

e estou cada vez mais

coberto de folhas em seu quintal e esquecido

Eu posso estar esperando

Por algo que esteja morto

E posso ser o mais tolo

Por fingir não saber

Que nada vai voltar a ser igual

A quando eu te via inocente e tão frágil

E queria te abraçar

Pra proteger e esconder do mundo

O que era tão meu

Tanto tempo passou...

Tudo o que ficou mesmo pra sempre

Ficou pra trás

E hoje nosso presente consente o nunca mais.

Nos tornamos caronistas de nós mesmos

Em nossas próprias lembranças

Eu posso ser o mais tolo,

Mas quando essas músicas não gritam refrões

Ainda espero você pra escrever

É poesia amor, não é medo.

Por quê segredo e por quê não falar

se teu sorriso é o que mais desejo

e teu pecado é o que mais me importa

Este mundo não merece a nossa tristeza

e se é a vida não há porque deixar de ser.

Diz porque não querer.

Tolice não deixar chegar tão longe

Tudo mudou, o que foi que aconteceu

que de repente acordamos nesses dias?

Ainda posso sentir o sabor do que a gente perdeu.

E ainda penso em você, acredita?

Vem dar valor ao que é bom nessa vida

que é tolice viver por viver,

e já é dia de deixar pra trás a dor e o "tanto faz".

É cedo ainda.

Fomos tolos e egoístas pra crescer.

Crescer sem alegria.

Dizer "pra sempre" é bem menos

do que sentir na carne querer de verdade

E tem coisas que não vão sumir, você sabe

Tem um lugar em mim que é só teu

e nada vai mudar porque é meu.

Mesmo que a gente deixe errado

a que a gente escolheu.

Hoje cantamos sobre as ruínas

de suas instituições ultrapassadas

e declaramos para toda nossa vida

um estado eterno de felicidade

Hoje celebramos a nossa vitória

sobre o império da tristeza e do medo na escuridão

Nunca mais viveremos à sombra de teus deuses e reis

Brindamos mil paixões e dançaremos

porque hoje o sol nasceu

declarando o fim destas lágrimas

e eu vou jogar aos céus

meus braços e não olhar mais para trás

Deixa então, diz que pra sempre é mais que um dia, e é um dia diferente.

Deixa viver, deixa que o tempo faz esquecer tudo que perdemos entre os dentes.

Tudo gira com a música que me faz sorrir e tropeçar

E me faz querer comemorar todas batalhas perdidas.

Fecho os olhos e tento respirar pra te sentir comigo

E sigo em frente sem pensar que já não sei mais meu destino

Se eu dissesse que sempre arrisquei,

irias me querer?

E se dissesse que nunca soube de nada?

Agonia, busca e certeza.

Certeza é que não faz sentido

ao medo que nunca passa

Quantas vezes dissemos

estar certos de que não iríamos nos machucar

e prometemos tanto do que sabemos que

nenhum de nós poderia cumprir

só pra estarmos outra vez fingindo que o dia ia passar e se esquecer

Porque sempre dói demais?

Me diz se vai ser sempre assim

E se tudo o que mais queremos nos pede sofrimento.

Eu só queria poder te abraçar e voltar

Te mostrar meus olhos, sem palavras

E te ouvir dizer "tudo bem"...

E como já foi dito,

Toda criança sensível saberá o que estou dizendo

Pra que, brincar de ter razão?

é besteira não querer errar!

Já estamos longe... e nada mais importa

[.....::: DOD :::......]

Diane Gardim
Enviado por Diane Gardim em 03/06/2009
Código do texto: T1630324