Veleiros Fantasmas

Eu não posso mais tocar o céu

Você arrancou minhas asas

E escondeu-se atrás de teu véu

Atirando-me nessas brasas

Eu que te levei ao paraíso

E disse que te amo

E que és tudo que preciso

Perdi-me entre os enganos

E agora chove

Forte e lentamente

E já passou das nove

De novembro a janeiro de repente

Fecho a porta

Acendo uma vela

A chama torta

Na foto passo a vê-la

No porto frio e silencioso

Os veleiros fantasmas saem pra pescar

Num sentimento assombroso

De que nunca irão retornar

E me atiro no mar

Centelhando o fogo da paixão

O mar de sentimentos pra apagar

Cintilando os poderes da solidão

E naufrago quieto

Engolindo cada onda

Tentando gritar em silêncio

Que eu sou contra

Qualquer morte de sentimento...

Alex Fernando
Enviado por Alex Fernando em 02/12/2008
Código do texto: T1315669
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