Motejo

minha garganta lacrimeja,

meus olhos não sabem o que fazem,

meus passos estão perdidos.

choro, choro como quem morre

meus músculos perderam a força,

minha boca escarra sangue.

minhas veias estouraram,

morro, morro aos pedaços

minha dor fere - marca

como quem corta os pulsos.

a lágrima atravessa o peito

como se furasse os ossos

estou morrendo, estou sangrando

acode, acode enquanto há tempo.

meus versos estão apodrecendo

como laranja bolorenta no cesto de lixo

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 16/02/2006
Reeditado em 16/05/2012
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