Vozes

seu silêncio corta minh’alma,

abafa meus tímidos gritos.

ainda que diga não e não,

insisto em truculentos apelos

meus poemas são desumanos,

mas carregam uma dor infinda;

como alguém que chora,

como alguém que permanece vivo

as horas passam correndo,

levam meu tempo não sei pra onde.

enquanto isso vou martelando passos,

cavando sonhos entre duras pedras

sua voz surda não me faz calar,

tira meu sono, tira minha alegria.

ah! Vou sair correndo, vou voando,

antes que chova em meus olhos

Pedro Cardoso DF
Enviado por Pedro Cardoso DF em 14/02/2006
Reeditado em 16/05/2012
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