Vozes
seu silêncio corta minh’alma,
abafa meus tímidos gritos.
ainda que diga não e não,
insisto em truculentos apelos
meus poemas são desumanos,
mas carregam uma dor infinda;
como alguém que chora,
como alguém que permanece vivo
as horas passam correndo,
levam meu tempo não sei pra onde.
enquanto isso vou martelando passos,
cavando sonhos entre duras pedras
sua voz surda não me faz calar,
tira meu sono, tira minha alegria.
ah! Vou sair correndo, vou voando,
antes que chova em meus olhos