A TARDE EMPONCHADA DE LUZ

A tarde emponcha de luz

Molduras e pergaminhos

Encarna a baeta do pocho

A lonjuras dos caminhos

Poesia de terra e campo

Luzeiro em céu de pitanga

O brilho dos olhos da linda

enchergo na água da sanga

O flete a compasso de orelhas

arisco atirando o freio

Parecendo ate adivinhar

Que iria posar em outro rodeio

Meus pensamentos vagueiam

Somando meus desassossegos

Dos amores extraviados

Onde estendi meus pelegos

A lua também me segue

com um murmurio de vento

E o sereno das madrugadas

De noites dormidas ao relento

De um viver a moda antiga

Onde os bastos era o sustento

Levando uma vida gauderia

E a querencia atada nos tentos

Tinir de espora rincho de potro

Tropeando galguei distancias

Mesclei poeira a suor de cavalo

Cheiro de pasto sabor de estancia

Rigor do minuano berro de gado

Sonhos guardados olhar de sanga

Apeio da encilha segredos dormidos

Pra um dedilhar de milongas

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 24/12/2015
Reeditado em 12/01/2017
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