OS VAQUEANOS

Vinha a peonada a tranquito

Pateando o poncho nas botas

Contando causos bavatas

A chuvarada foi braba

No aconchego das casa

Fogo grande no galpão

Um costilhar sobre as brasas

Seu anastácio um tio velho

Quase oitenta inverno

índio taura puro cerno

Guasca campeiro muy taita

Enfiou o cabresto na gaita

E cantou em toada serena

Sou vaqueano e não me entrego

Nos arreios sou um prego

Quando escoro minhas chilena

Do seu gauderiar sólito

Foi assim num despacito

Relatando sua história

Macanudo tempo de glorias

Do ginetaço que foi

E agarradito nas ilheiras

Mais firme que carrapato

Numa papada de boi

Esgaçando a gaita velha

Num tino de índio macho

E afivelado nos baixos

Foi puxando da memoria

Sentindo um nó no pescoço

Lembrava, peleias e gauchadas

Das chinas e namoradas

Que teve em tempo de moço

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 17/12/2015
Reeditado em 02/06/2021
Código do texto: T5483420
Classificação de conteúdo: seguro