MATEAR SOLITO

Um naco de sol poente

Entre as nuvens sobressai

Tingindo o céu cor de vinho

Na tarde mansa que cai

Cá do rancho me parece

Um maragato largado

Ao longito estendendo

Rubro lenço colorado

Na calma do fim do dia

Me achego ao fogo de chão

Rechego a tora de angico

Paciente junto ao fogão

As labaredas taludas

Lampejam todo o galpão

Como flamulas douradas

Sobres as ponta do tição

Pego a cuia ajeito a erva

E a capricho vou sevando

Com carinho calço a bomba

De prata e ouro bordada

E me ponho a matear sólito

Ate alta madrugada

Bate um um silencio profundo

Bela falta de uma parceira

Mesmo sendo índio guasca

Só afeito a lida campeira

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 17/11/2015
Reeditado em 17/11/2015
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