JOÃO GAUDÊNCIO

Velho Tropeiro

Emponchado de silencio

Olhos que muito viram

Assim era João Gaudêncio

Ouvidos atento a voz do tempo

Conhecedor da lida

Cuidar do gado, foi tudo

Que aprendeu na vida

Quase um seculo

Vivendo nessas andanças

Punge-me a alma

No instante da lembrança

Hora em que a terra

Em luz e banhada

Estreita em meu peito

A distancia das estradas

Quando a paisagem polvilha

De bronze e ouro

Murmuram as fontes

Saltitam o passaredo

Cantando em coro

Na copa dos arvoredos

Nas joão não se achegou

Para matear hoje cedo

Deus tinha pra ele outro plano

No cepo vazio, o pelego dobrado

O borralho, o frio do fogão apagado

Até nos olhos negros do cusco

Via-se tristeza e saudades

João pra sempre partiu

O bom deus o levou pra camperear

Lá na estancia grande da eternidade

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 15/11/2015
Reeditado em 15/11/2015
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