ADEUS VELHA ESTANCIA

O VELHO PONCHO SURRADO

JUNTO A ENCILHA EMALADA

O PATRÃO VENDEU A ESTANCIA

DEU AS CONTAS PRA PEONADA

AS GARRAS SOBRE OS OMBROS

TOMEI O RUMO DA ESTRADA

MEUS OLHOS DE CÉU E CAMPO

QUASE NÃO ENXERGAVA NADA

LAGRIMAS BANHAVA O ROSTO

DEIXANDO A VELHA MORADA

TERRA CÉU E NATUREZA

LUGAR DE BOAS AGUADAS

DESDE O TEMPO DE PIAZITO

APRENDI LIDAR COM GADO

CISMARIAS,CAMPO ABERTO

SEM TAPUMES E ALAMBRADOS

ADEUS GALPÃO CAMPEIRO

MINHA QUERIDA MORADIA

ADEUS INVERNADA GRANDE

TÃO SOLITÁRIA VAZIA

POR ONDE PASTAVA O GADO

E RETOSAVAM AS TROPILHAS

NASCIAM BELOS CORDEIROS

QUE ALVEJAVAM AS COXILHAS

MANADAS DE BONS CRIOULOS

QUE DAVAM PINGOS PRA ENCILHA

ASSIM ERA A ESTANCIA VELHA

QUE UM DIA FOI MARAVILHA

E PELO CAPRICHO DAS ERAS

QUE O TEMPO NUNCA PERDOA

FICOU RUÍNAS TAPERA

A FECUNDA TERRA TÃO BOA

ADEUS ANTIGA MORADA

QUE AOS POUCO FOI ESQUECIDA

O OITÃO JA DESCARNADO

MADEIRAME APODRECIDA

PELAS GOTEIRAS DO TEMPO

TESTEMUNHANDO ABANDONO

DE UM PASSADO DE BONANÇA

DO PATRÃO ANTIGO DONO

ADEUS MINHA VELHA ESTANCIA

ONDE PLANTEI ESPERANÇA

ADEUS MENINAS DOS OLHOS

DO MEU TEMPO DE CRIANÇA

DO MEU CAVALO DE TAQUARA

ANTES DA BARBA DE MOÇO

QUE BRINQUEI DE FAZ DE CONTA

TROPEANDO GADO DE OSSO

ZECADIVINO
Enviado por ZECADIVINO em 13/11/2015
Reeditado em 17/12/2015
Código do texto: T5447158
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