Minha raça

Me perguntaram, um dia

Por que sou pouco modesto

Por que às vezes desembesto

Fazer versos de a porfia ?...

Sem atitude mesquinha

Sou que nem galo de rinha

Não desisto ou perco a cisma

Somente o sol que me tisna

Mostra qual a raça minha.

Sou cruza dos Kaingang

Sou bugre com português

Por isto trago na tez

Esta mistura de sangue

De raça muito mais forte

Nativo de altivo porte

Que por ter amor a terra

Batalhou n’arte da guerra

No Brasil de Sul a Norte

Com o Destino insisti

Qual era minha missão

Me disse: “Pega um tição

Acende uma luz, guri !

Se Deus permite te ajudo

Mas vai fazendo de tudo

Para elevar tua raça

Só do alto desce a graça

Pra quem se agarra no estudo”.

Com fibra e dedicação

Eu realizei belos planos

Por mais de quarenta anos

Labutei na educação

E por graças do Senhor

Encontrei o meu amor

Atingi a grande meta

Pois sou chamado de poeta,

Pai, vovô e professor...

Aquinosul
Enviado por Aquinosul em 25/07/2014
Código do texto: T4895917
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