NA LONJURA DA QUERÊNCIA (Regionalismo gaúcho)

MAURO MARTINS SANTOS

A planura não reflete
Aquilo que lá ficou.
A tropilha pelas canhadas
É um pingo que se domou.

As noites de lua nevada
Reluz no lombilho do flete,
De alma sempre vigiada,
O tempo se foi e não repete.

Gaúcho asteróide perdido
Vive hoje de aparência,
Como se fosse tento crú urdido
Na lonjura da querência.

Patrícios, vultos da neblina
Como fossem filamentos
Das caudas e da crina,
Do bagual, seus fragmentos.

A vida se passa como no espelho
Ou na penumbra do grotão profundo.
Como na guascada de um relho,
Cada caco reflete um mundo!
Mauro Martins Santos
Enviado por Mauro Martins Santos em 14/04/2013
Reeditado em 17/05/2014
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