Na fumaça do mate

Na fumaça que levanta do mate

Vai dissipando segredos do coração.

Coplas da lida e da vida e de algo em flor

Recosta-se as vezes pelo canto do galpão

Guardando sonhos por sua alma buena

E gosto de beijo da morena do rincão.

Fumaça sobe misturada as verdades

Que carrego dentro de min solito.

Mostra pra quem tem alma que é

Bem mais que fumaça indo pra o infinito.

Sabes das lembranças de olhares matreiros

Sonhos morenos de preendas bonitas.

Vai aconselhando e acalantado o índio

Mais matreiro por sua alma.

Faz o mais quebra e o mais maula

Sentar-se em calma.

E mirar longe na imagem dos corredores

Que pela vida espalma.

No infuso mais antigo que talvez nosso tempo

Apreendeu ser conselheiro sem falar nada.

Apreendeu as coisas mas simples da vida

De domas pelas beiras de estradas

De luas e alma andarilhas de sonhos de morenas

Que pintam em cores as ramadas.

O mesmo mate, a mesma fumaça que levanta

Pra cima levando talvez pra o céu...

Tudo que faz agente em dessossego e desapego

Por esta vida neste mundéu.

Sabendo da coplas que escondo as vezes

Pelas ideias debaixo do chapéu.

Ginete
Enviado por Ginete em 28/10/2012
Código do texto: T3956382
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