Dessas saudades de fazer coplas

Ainda faço coplas por teus olhos.

Relembro todos os dias de tudo que passou

De alguma copla e de alguma coisa que sonhou

Mirando junto com usté os astros...

Mas o tempo corre mais rápido que meus potros

Que possam fazer costado a essa saudade.

Que delas são xucras essas verdades

Que pastejam mirando os astros.

Enquanto mateio ou campeam procurando um bolicho

Que pela boca da linha se fez norte de pois das partidas.

Assim me fui... ao tranco firme da boca costeando a vida

Pelos descaminhos de noites negras sem querer cambichos

Deixando as saudades potrilhas outras mais potras

Irem vindo com jeitos de manhas quando aperto os bastos

Mirando alem da aurora também essa saudade pela boca dos matos

Que seguem hora ou vezes por outras...

Mirando ainda essas saudades que ainda me fazem coplas pra ti

Num segundo me paro perto, noutro bem longe.

Ajeitando a alma numa coplinha saudosa com jeitos de monge

Alguma que esvai uma solita por um assovio por si.

Num olhar já dolente procurando alguma nota num pinho

Sabendo das saudades que vem como potros.

Que ajeito pra nos domingos estender com outros

Rumos nos bastos de outros sabendo de minhas coplas dos descaminhos.

Que lá ao longe pesada magoa resmungona sem doma.

De não poder dizer mais que sinto pra perto dos teus olhos

Por isso os meus ficam úmidos as vezes molhos...

Lembrastes das noites e dias que passei com a queromanas

E no meu olhar de fazer coplas segue no corredor

Que machucam fundo essa saudade inerte

Lentamente numa coplinha que longe vem verte

Por as mãos de um sonho de noite e luna num olhar domador

Que ficou ainda procurando pelas léguas de enfrena potro

E depois seguem num silêncio perdido.

Ficando a lembranças mal dormidas de algo longe vivido

Na lembrança de teus olhos junto aos astros.

Ginete
Enviado por Ginete em 14/06/2012
Código do texto: T3724682
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