Milonga de meu sobreiro e guitarra

Conversa em silêncio meu chapéu e meu violão

Ambos campeiros de lei junto comigo pelo tempo

Um na lida e ladeado outro milongeando o campo

Mas os dois de alma, vida e galpão.

Por eles resguardam meus recuerdos mais lindos

Mas também choram minhas magoas recolutas

Que um pela lida e pela folga relembra de outras

Vidas e sonhos mais vividos e perdidos.

Os dois solitos se recostam juntos às vezes.

Ficam pelo canto mais bueno do galpão.

Os dois que guardam as cruzes e sonhos de coração

Um sobre os pensamentos outro de matizes.

Que de partes às vezes dispersas de meu mundo.

Soltam pelo seu jeito de mais simples de campo

Um pelo som e pelo jeito ladeado coisas do tempo

Que cobriram algum olhar e das voltas de vira-mundo.

Dois campeiros de lei que pelo meu costado

São já partes de min pelos caminhos

Um quando galopeio pela lida sozinho

Outro solta em sua voz cifrada as coisa que ficam de lado.

Não sei qual dos dois resguardam a melhor parte de min.

Somente eles sabem das coisas que tenho aqui pelo meio

Um sob a cabeça outro bem perto do peito levando de eito

Coplas da lida e da alma minha assim.

Ginete
Enviado por Ginete em 12/05/2012
Código do texto: T3664007
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